Docentes e discentes do curso de Direito do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), em parceria com os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, lançaram a cartilha “Despertar Para Mudança: Prevenção Contra Violência Doméstica”, um projeto de extensão para a conscientização e combate à violência doméstica. Segundo o último censo realizado em 2023 pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), 30% das mulheres no Brasil já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar causada por um homem.
O projeto surgiu da necessidade de enfrentar o aumento dos casos de violência doméstica e de levar informações claras e objetivas à comunidade, de forma acessível. O objetivo principal vai além de promover o empoderamento das vítimas; visa também conscientizar a sociedade sobre o tema, contribuindo para a desmistificação de preconceitos e a redução das barreiras que impedem as vítimas de denunciarem seus agressores, com o intuito de romper o ciclo de violência.
“Muitas vezes, as vítimas desconhecem as formas de buscar apoio e o amparo legal que possuem. A cartilha foi idealizada como uma ferramenta educativa para dúvidas claras, orientar sobre como identificar diferentes formas de violência e mostrar os caminhos de proteção previstos pela lei, como as medidas protetivas e o acesso à rede de apoio”, explica Alan Pançardes, professor e coordenador do Curso de Direito.
Com uma abordagem interdisciplinar, a iniciativa também beneficia os estudantes envolvidos, promovendo uma visão colaborativa e completa sobre o conteúdo a ser compartilhado. O curso de Direito contribuiu com a precisão e esclarecimento das informações jurídicas; o curso de Jornalismo garantiu a construção de uma comunicação acessível e sensível, ampliando o alcance do projeto e abordando o tema com ética e cuidado; já o curso de Publicidade e Propaganda foi essencial na criação de uma estratégia visual e de divulgação eficiente, tornando o conteúdo mais atraente e com maior alcance.
“Essa troca de saberes não só aproximou diferentes áreas, mas também permitiu que cada grupo compreendesse melhor o papel de sua profissão no combate à violência doméstica, formando uma abordagem mais completa e humana para apoiar as vítimas e sensibilizar a sociedade”, complementa Alan.
A expectativa é que o projeto promova uma mudança significativa na conscientização da comunidade local sobre a violência doméstica, incentivando um entendimento mais profundo sobre o que constitui abuso e quais são os direitos das vítimas. “Queremos que as pessoas se sintam mais informadas e preparadas para reconhecer e denunciar casos de violência, sabendo que têm amparo legal e apoio de uma rede de serviços locais”, reforça o coordenador.
Além disso, a iniciativa visa estimular a divulgação e sensibilizar a sociedade, procurando desmistificar o tema e fortalecer a cultura de acolhimento e proteção às vítimas, incentivando a construção de relações mais saudáveis e seguras.
Para os estudantes, a experiência vai além da teoria. Maria Eduarda Bodstein, aluna do 2º período de Direito, compartilha sua experiência: “Tem ampliado meu senso de responsabilidade e me proporcionado um olhar mais atento sobre questões de justiça e apoio social. Esse projeto também enriquece minha formação acadêmica ao me expor a pesquisas e discussões que não fazem parte da grade curricular tradicional, contribuindo para uma formação mais humana e completa.”
O projeto promove uma rica troca de conhecimentos, permitindo que os alunos aprimorem valores éticos e uma consciência social mais profunda. “A violência doméstica é uma questão de grande importância para a nossa sociedade e uma realidade difícil enfrentada por muitos brasileiros. Participar e elaborar um projeto de extensão desde o início é essencial para entendermos e construirmos nosso papel na sociedade”, afirma Gabriel Viana, aluno do 1º período de Jornalismo.
A cartilha “Despertar Para Mudança: Prevenção Contra Violência Doméstica” exemplifica como a educação pode ser um agente transformador na sociedade. Ao integrar teoria e prática, os alunos não apenas expandem seu conhecimento, mas também são treinados para a construção de uma comunidade mais justa e consciente.