De acordo com a literatura médica, no Brasil, estima-se que ocorram mais de 200 mil paradas cardiorrespiratórias (PCR) anualmente, sendo que a maioria desses casos ocorre fora do ambiente hospitalar, com baixas taxas de sobrevivência. Aproximadamente 70% dos PCRs acontecem em casa, muitas vezes na presença de familiares e a intervenção imediata por pessoas próximas é crucial para aumentar as chances de sobrevivência. Pensando nisso, o Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) recebeu, na última segunda-feira (10), o Projeto Samuzinho, que visa capacitar leigos em noções básicas de primeiros socorros, preparando-os para agir corretamente em emergências.
Essa foi a primeira vez que o Samuzinho esteve no UniFOA, e a intenção é que a atividade se torne semestral, ampliando o alcance do conhecimento e promovendo uma cultura de prevenção. Ao todo, 137 alunos dos cursos Publicidade e Propaganda, Design, Odontologia, Nutrição, Enfermagem, Medicina, Ciências Biológicas do UniFOA, incluindo estudantes do Técnico em Enfermagem da EtecFOA, participaram do treinamento e receberam certificados.
O Projeto Samuzinho foi criado pelo SAMU 192 do Distrito Federal em 2007 e é uma iniciativa do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraíba (Cismepa). O objetivo é ensinar como agir em situações de emergência até a chegada do socorro especializado, além de conscientizar sobre o uso correto do número 192, reduzindo os trotes que dificultam o atendimento real. Embora o foco inicial seja em crianças e adolescentes, o projeto também abrange outros públicos, oferecendo informações para diferentes segmentos da população.
Segundo Letícia Damião, instrutora do Samu, o treinamento não transforma os participantes em profissionais de saúde, mas os capacita a agir de forma adequada em emergências: “Os participantes adquirem conhecimentos básicos de primeiros socorros, como técnicas de massagem cardíaca, manobra de desengasgo e identificação de sinais de acidente vascular cerebral (AVC). Mesmo não se tornando profissionais de saúde, esses conhecimentos são fundamentais para agir de forma correta até a chegada do atendimento.”
A iniciativa de trazer o Samuzinho ao UniFOA partiu da professora Márcia Bastos, da EtecFOA, que conheceu o projeto e buscou viabilizar a atividade na instituição. Para ela, o treinamento vai além da teoria em sala de aula: “Os estudantes tiveram a oportunidade de aprender sobre primeiros socorros e atendimento emergencial de forma dinâmica, fortalecendo tanto o conhecimento técnico quanto a conscientização sobre a importância de uma atuação rápida e correta em emergências.”
O treinamento impactou significativamente a vida dos alunos. Jenniffer Silva, do curso Técnico de Enfermagem, expressou sua satisfação: “Sempre é mágico participar desses treinamentos. Pude ter a certeza de que essa é realmente a área de atuação que eu almejo no futuro, para conseguir colocar em prática meu desejo de ajudar a salvar vidas!”.
Pablo Abreu, também aluno do Técnico de Enfermagem, destacou o valor da experiência: “Achei o treinamento muito construtivo e adquiri muitas informações que eu não sabia. Foi importante para conhecer melhor as práticas de primeiros socorros e me motivou a trabalhar nessa área.”
Para Letícia, instrutora do Samu, fazer parte do projeto é enriquecedor: “A oportunidade de compartilhar conhecimentos essenciais com a comunidade e observar o interesse do público é extremamente gratificante. O foco principal é promover uma cultura de prevenção e cuidado.”
O Projeto Samuzinho não só capacita a comunidade em noções vitais de primeiros socorros, mas também fortalece o vínculo entre o serviço de emergência e a população. Ao tornar a ação semestral, o UniFOA reforça seu compromisso com a educação prática e a responsabilidade social, preparando seus alunos para situações de emergência e contribuindo para a preservação de vidas.









