A parceria do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) com o consórcio Sthem Brasil continua cumprindo com sucesso os objetivos voltados à transformação social com a prática de projetos voltados para o desenvolvimento da sociedade e educação.
Como fruto dos progressos encorajadores dessas iniciativas, o UniFOA foi premiado pelo artigo “Perspectiva docente sobre capacitação em inteligência artificial: Uso do Chat GPT como ferramenta pedagógica” no X Fórum Internacional de Inovação Acadêmica, organizado de forma online pela Sthem. Entre os mais de 750 projetos apresentados nas áreas de ações junto à comunidade, estratégias ativas de aprendizagem e gestão, o trabalho, elaborado pelos professores Italo Rodrigues, André Barbosa, Lucimeire Cordeiro, Maria das Graças da Silva e a professora e reitora do Centro Universitário, Ivanete Oliveira, foi um dos que recebeu o certificado de menção honrosa por iniciativas na parte de gestão.
O artigo também foi agraciado com outro certificado, desta vez na área de Ciências Exatas e da Terra.
O principal objetivo desse estudo era compreender o que pensa um grupo de docentes sobre a utilização da IA como ferramenta pedagógica e, a partir disso, demostrar como esse artifício e o planejamento reverso, apoiados em princípios da neuroeducação, podem ser utilizados no ensino superior como ferramentas educacionais. O estudo aborda, ainda, a importância do desenvolvimento profissional contínuo em capacitar os educadores com as habilidades necessárias para utilizar esses três recursos a fim de alcançar objetivos de aprendizagem de maneira mais eficaz.
A melhor forma encontrada para entender a opinião dos professores foi a partir do desenvolvimento de duas oficinas, nos dias 1º e 2 de fevereiro, sobre competências digitais na 5ª Semana de Formação Continuada do UniFOA, que tinha o intuito de atualizá-los sobre novos recursos para a aprendizagem discente. Na ocasião, Italo esclareceu de que modo o uso da IA, nesse caso o ChatGPT, pode ser utilizada para complementar o estudo em sala de aula, sendo uma das principais etapas para a concretização do estudo.
Durante a oficina, foi apresentado os resultados de um questionário com a opinião de 94 estudantes da área de exatas do UniFOA sobre seu uso no aprendizado durante o 2º semestre de 2023, em atividades propostas pelos docentes que participaram do Programa de Formação de Professores do Consórcio Sthem Brasil no ano passado. De acordo com os dados obtidos, 74,46% acreditam que essa tecnologia torna esse processo mais envolvente, sendo constatado que 87,23% deles também apontaram que o recurso melhorou o entendimento das atividades propostas em sala de aula.
Após apresentar a pesquisa e discorrer sobre as vantagens e métodos de aplicação do ChatGPT no ensino, foi solicitado, aos 42 professores participantes a avaliação da oficina. Ela indicou que a experiência em IA dentro do ambiente acadêmico relatada pelos docentes, em uma escala de 0 a 10, estava em 4,15 na média. Ao finalizar a capacitação, todos eles responderam que aumentaram seus conhecimentos em 82,16% graças à essa proposta.
Apesar da pouca experiência dos discentes nesse campo, a avaliação constava que o nível de confiança nessa ferramenta é alto. Ao serem questionados, com a mesma abordagem, sobre o nível de crença nesse recurso para influenciar positivamente o processo de ensino e aprendizagem, a média atingiu 8,3 em todas as respostas.
Além disso, 74,33% deles acreditam que o ChatGPT deve ser incorporado em futuras aulas teóricas e práticas, outra demonstração de abertura do corpo docente ao recurso:
“A tecnologia está posta, ou seja, os estudantes vão utilizar. Considerando esta premissa, acreditamos que usar a ferramenta como potencializadora da nossa prática docente pode agregar muito em cada etapa dentro da sala de aula. Isso ficou ainda mais evidente ao analisarmos a percepção dos professores e discentes envolvidos na oficina, usada como pesquisa para o estudo”, enfatizou Italo Rodrigues.
Outro aspecto interessante foi que 80,85% dos alunos e mais de 70% dos docentes discordaram sobre essa tecnologia substituir totalmente a figura do educador na provisão de informações.
Italo completou que o diferencial para o artigo ser agraciado com os certificados foi por indicar a importância da formação continuada e também conseguir quebrar alguns tabus em relação ao uso da IA como auxílio nos estudos:
“Acredito a pesquisa de opinião realizada tenha sido o grande diferencial, pois, nesse sentido, conseguimos indicar a importância da formação continuada, conseguimos quebrar alguns tabus em relação ao uso da tecnologia, mas sobretudo, entender que, nem os estudantes e nem os professores acham que uma ferramenta, como o ChatGPT, podem subsistituir o trablaho de um professor”.
Segundo o artigo, as transições de metodologias tradicionais de ensino para abordagens mais interativas em busca do engajamento dos estudantes, como a inserção de tecnologias de inteligência artificial, representam um aspecto essencial de convergência entre o avanço educacional e progresso tecnológico. Esse processo requer uma adaptação dos educadores ao integrarem efetivamente a IA como ferramenta, sobretudo por meio de capacitação em estudos para aplicarem esses artifícios na prática.
Os professores pesquisaram e aplicaram diversas referências atuais sobre o tema do estudo, como no artigo “The application and challenges of ChatGPT in educational transformation: New demands for teachers’ roles”, do professor Hao Yu, da Shaanxi Normal University, da China, com o objetivo de esclarecer ainda mais as responsabilidades atribuídas aos educadores em cada etapa desse percurso. Além da seleção e organização de conteúdo digital, eles emergem como agentes mediadores para facilitar a utilização de abordagens educacionais que se apoiam no uso da tecnologia no intuito de orientar os alunos em ambientes virtuais colaborativos.
O êxito na execução dessas funções exige a incorporação consciente de metodologias digitais nas práticas pedagógicas para maximizar o potencial das inovações tecnológicas de informação focadas em enriquecer o aprendizado, tanto do estudante como do docente. É uma jornada contínua, de evolução, atualização e inovação constante por parte do campo pedagógico para manterem um ambiente de aprendizagem justo e equitativo:
“É necessário ter uma abordagem crítica e conhecimento para a utilização da inteligência artificial, como o ChatGPT nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Essa ferramenta ajuda o docente na construção de estudos de casos, desenvolvimento do conhecimento crítico através de comparações entre as soluções encontradas de um determinado problema”, declarou Lucimeire Cordeiro, uma das participantes da elaboração do artigo, sobre o argumento pela preparação correta dos docentes para o uso do ChatGPT.
Uma das maneiras de incluí-lo como parte do processo educativo, de acordo com os tópicos defendidos pelo artigo, é adotar o planejamento reverso, a metodologia ativa de ensino. A partir da aplicação desse modelo, o estudante deixa de ser um ouvinte passivo para se tornar protagonista da aprendizagem e aprender autonomamente sendo participativo e responsável por suas ações dentro da sala de aula.
Dessa maneira, a IA pode assumir o papel de um tutora virtual para o estudante ao fonercer uma avaliação personalizada no tempo de execução de uma determinada tarefa, a fim de melhorar seu resultado final.
Como uma grande aliada nesse processo, o trabalho também discorreu sobre a neuroeducação, que promove avanços cruciais no âmbito educativo para a otimização da experiência dos alunos. Ela se baseia no fato de que a estrutura cerebral está organizada para facilitar a aprendizagem ativa de cada ser humano.
Desta forma, a neuroducação serve como uma área de conhecimento transformadora por oferecer aos docentes a oportunidade de vivenciar dinâmicas de como o aprimoramento individual e coletivo se desenvolve e manifesta em diversas situações cotidianas, tal qual o ambiente escolar. O aprofundamento aplicado no artigo pontua que esse enfoque multidisciplinar proporciona novas perspectivas para metodologias pedagógicas mais certeiras, sendo outro diferencial para as premiações do Sthem Brasil:
“Na minha opinião, as premiações são formas de reconhecer a importância do tema para a área pedagógica. Está em pauta a necessidade da utilização da inteligência artificial aliada à neuroeducação como facilitadores do processo de ensino e aprendizagem. Os professores precisam compreender que é necessário estar aberto às soluções inovadoras. Só assim teremos evolução e um processo constante de investigação e educação”, cravou Lucimeire.
Além dos cinco elaboradores, o estudo também teve a participação de outros três professores do UniFOA, que foram Carolina Hartung, Clarisse Netto e Koffi Djima.