A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA +A) da Fundação Oswaldo Aranha (FOA) deu início a uma semana transformadora para os funcionários da instituição. Até a próxima sexta-feira (30), o Centro Histórico-Cultural Dauro Aragão, no campus Olezio Galotti, em Três Poços, receberá a Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT), que promoverá palestras conscientizadoras sobre os direitos das mulheres no ambiente de trabalho.
Com a temática “Empresa amiga da mulher é mais segurança”, a SIPAT traz discussões atuais pautadas em relação à atuação da mulher no mercado de trabalho, sobretudo como seus direitos e segurança pessoal podem ser garantidos dentro do cenário profissional. O tema da iniciativa é fruto da lei 14.682, sancionada em 21 de setembro de 2023 pelo presidente da República em exercício na época, Geraldo Alckmin, com a finalidade de identificar instituições que adotem práticas direcionadas à inclusão profissional de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
De acordo com uma pesquisa global publicada pela consultoria Deloitte, 49% das mulheres entrevistadas declararam estar preocupadas com a própria segurança no trabalho. Das mais de 5 mil mulheres ouvidas, 500 delas no Brasil, uma em cada quatro relataram ter sofrido assédio durante o atendimento a clientes ou consumidores e 13% disseram ter sido assediadas por colegas de trabalho.
Entre o grupo das brasileiras, o assédio sexual foi confirmado por 40% delas, sendo que 60% das vítimas afirmaram não terem reportado o ocorrido.
Além disso, o levantamento publicado em abril deste ano também mapeou que 43% das entrevistadas não ocupam cargos gerencias em suas empresas, um dos reflexos da falta de valorização feminina no mercado de trabalho.
Como ponta de partida da SIPAT, as atividades da semana foram abertas pela palestra intitulada “Prevenção e combate ao assédio, à violência e violação de direitos contra a mulher”, norteada pelas advogadas Izabelle Patitucci e Michelli do Nascimento, ambas egressas do curso de Direito do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA). Elas esclareceram o conceito literal de assédio sexual, como ele pode acontecer e de que forma ele pode ser combatido e identificado pelas vítimas.
A conscientização abrangeu todos os públicos, inclusive os homens, que podem ser mais um braço na luta pelo combate à violência e assédio, seja de cunho sexual ou moral, dentro do trabalho.
As egressas explicaram que o assédio pode ser além do toque físico indesejado ou um comentário constrangedor. Elas apontaram que o assédio moral, também denominado como ‘microagressão’, pode atingir negativamente a índole de uma mulher, pois é uma ação que desvaloriza ou rebaixa uma pessoa, muitas vezes apenas por fazer parte de determinado grupo da sociedade:
“É uma temática fundamental a ser tratada, tanto por ser delicada, quanto pela violação à segurança da mulher acontecer com uma frequência cada vez maior no ambiente profissional. É essencial ser transmitida toda informação que puder ajudar a enfrentar um problema que, não é só pessoal, como também social”, pontuou Michelli. A advogada explicou a sua satisfação em poder transmitir as principais formas de combater o assédio e a violência moral e física dentro do ambiente profissional, foco do primeiro dia da SIPAT:
“É um privilégio para mim poder trazer essa conscientização aos funcionários da FOA. Falando como mulher, é um assunto que me toca profundamente, por isso é de uma satisfação muito grande poder ajudar todas essas mulheres aqui presentes com informações cruciais para caso sejam vítimas de violência no trabalho. É vital que elas denunciem qualquer tipo de assédio, pois a violação de seu espaço pessoal precisa ser combatida com veemência”.
Izabelle, também professora do curso de Direito, enfatizou sua felicidade em retornar ao UniFOA como docente, e sua responsabilidade em conscientizar os funcionários da FOA no começo de uma semana que promete ser transformadora a todos:
“É uma proposta muito importante planejada pela FOA aos seus funcionários, pois assim as mulheres podem ter conhecimento sobre seus próprios direitos, sem tolerar qualquer tipo de violência mental ou física. Tenho muito orgulho de ter me formado aqui no UniFOA, por isso é um prazer retornar ‘à minha casa’ para poder conscientizar a todos aqui hoje, como palestrante, e elucidar os estudantes de Direito, como professora”.
Juliano de Sá, presidente da CIPA +A, destacou os impactos dos objetivos da SIPAT, que buscará deixar todos os funcionários antenados acerca de situações que violem os direitos das mulheres no trabalho:
“Esse evento promovido pela FOA e organizado pela CIPA +A é crucial para a garantia dos direitos e segurança da mulher dentro da empresa onde ela trabalha. É importante que os funcionários que comparecerem às palestras disseminem o que foi compartilhado também com amigos e familiares, para que a conscientização seja cada vez mais abrangente”.
A SIPAT 2024 segue a todo vapor até o final da semana. Confira na arte abaixo os temas que serão discutidos ao longo das palestras, assim como os palestrantes que foram convidados pela CIPA +A.