A pesquisa clínica é um ramo da ciência médica que foca no estudo de novas formas de prevenir, diagnosticar e tratar doenças. Essa é uma das muitas áreas da saúde que busca oferecer as melhores soluções científicas às pessoas que precisam de determinados cuidados.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (Abracro), de 2006 a 2019, 247.168 estudos clínicos foram realizados no mundo. Desse total, 6.037 foram no Brasil, que ficou em 19º lugar na participação em termos de estudos clínicos no mundo.
Buscando expandir seus conhecimentos na área, estudantes e profissionais de Medicina se reuniram para o III Simpósio em Pesquisa Clínica Sul Fluminense, em encontro promovido pela Liga de Oncologia do curso de Medicina do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA). O evento trouxe especialistas do âmbito para discutir, esclarecer e aprofundar os conceitos do público presente da área nas atividades do Simpósio, realizado no Centro Histórico-Cultural Dauro Aragão, no campus Universitário Olezio Galotti, em Três Poços.
O evento buscou incentivar os discentes e futuros médicos a sempre basearem suas condutas nas melhores evidências e estudos existentes.
O encontro contou com o apoio do Instituto Projeto CURA, instituição onde as pessoas têm a oportunidade de conhecer a importância do apoio à pesquisa clínica na luta contra o câncer. O Instituto, empenhado em estimular as pesquisas clínicas, além do apoio na organização da iniciativa, também foi responsável pela oportunidade de um ano de estágio remunerado no Centro de Pesquisa Jardim Amália, processo seletivo que foi realizado a partir da realização do Simpósio.
A primeira palestra buscou reconhecer as conquistas históricas e recentes da pesquisa clínica no Brasil, abordando sobre a vitória mais recente desse campo no país, a vacina da Covid-19. A realização de todos os procedimentos da pesquisa permitiu, por exemplo, a aprovação emergencial da vacina Coronavac, desenvolvida com participação do Instituto Butantan, de São Paulo, responsável por proteger milhões de brasileiros contra o Coronavírus.
O estudo de casos clínicos é fundamental para a prevenção e o tratamento contra o câncer, conteúdos que também foram abordados ao longo do dia no Simpósio. Na situação em que uma pessoa esteja com a doença, as pesquisas são essenciais para o desenvolvimento de novos medicamentos, terapias e tecnologias que podem salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Por meio da ciência, a pesquisa clínica permite avançar no entendimento de doenças e desenvolver novas opções terapêuticas e, assim, avaliar o diagnóstico de cada indivíduo para traçar o tratamento mais adequado para a recuperação integral do paciente:
“É impossível falar em tratamento de câncer e não relacioná-lo diretamente à pesquisa clínica, pois é somente assim que novos métodos são testados quanto a sua eficiência, novos protocolos de diagnóstico e tratamento são implementados”, declarou Nataline Freitas, presidente da liga de Oncologia, sobre a importância da pesquisa clínica na busca de novos tratamentos para doenças na área da saúde.
Em seguida, o Coordenador de Geração de Evidências da farmacêutica Daiichi Sankyo Brasil conversou com o público sobre um dos principais processos da pesquisa clíninca, o gerenciamento de dados. O estudo feito durante o andamento de uma pesquisa clínica envolve seres humanos com objetivo de avaliar a segurança e eficácia de um procedimento ou medicamento em teste por meio da coleta de dados como exames, procedimentos, coleta de sangue, alguns materiais biológicos e entrevistas.
Por meio do gerenciamento desses dados, é possível fornecer evidências científicas sólidas que possam apoiar a tomada de decisões em saúde, tanto pelos médicos quanto pelos pacientes. Nataline explicou que o contato com profissionais renomados da área é primordial para a formação acadêmica e profissional de todos, sobretudo pela troca de conhecimentos e o compartilhamento de experiências:
“Estar em contato com esses profissionais é inspirador para nós alunos, nos fazendo compreender os impactos da especialização, do estudo individual constante para atualização e a grandiosidade que a pesquisa tem para o sucesso do tratamento dos pacientes”, enfatizou.
Além dessas palestras, ocorreram outros debates e discussões sobre assuntos pertinentes em relação à pesquisa clínica, como as etapas de tratamento do câncer de mama e próstata, que tiveram a participação de professores do curso de Medicina do UniFOA.
A realização da iniciativa é fruto do compromisso, não só do Centro Universitário, como de todos os estudantes do Centro Universitário de sempre promoveram atividades em prol do desenvolvimento acadêmico e profissional de cada um. João Vítor Siqueira, estudante do módulo 5 do curso de Medicina, afirmou que a ocasião é de extrema importância para a formação acadêmica e profissional de todos, por causa da busca de novas descobertas para diferentes tipos de tratamentos de doenças delicadas em cada paciente:
“Estar atento aos assuntos da atualidade é fundamental para o estudante de Medicina. E uma das melhores práticas para isso é a troca de informação que acontece em congressos e eventos nos quais participam médicos de peso, como foi o caso desse simpósio”.