O verão é uma das estações com as maiores contradições em relação ao clima que vivenciamos. Esse período remete ao sol, praia e calor, porém, também está relacionado a fortes temporais e chuvas torrenciais que, dependendo da localidade, pode oferecer perigo de vida a população, principalmente aos que moram em locais de risco. Além disso, a falta de planejamento urbano em diversas partes da maioria dos munícipios brasileiros pode ocasionar enchentes e deslizamentos de terra, ameaçando o bem-estar social.
De acordo com dados apurados, em 14 das 92 prefeituras do estado do Rio de Janeiro, desde o começo deste ano, mais de 100 mil pessoas já foram prejudicadas, de forma direta ou indireta, pelas chuvas volumosas. Desse total, mais de 27 mil estão desalojadas e 927 sem casa.
No ano passado, o Brasil presenciou um dos maiores desastres climáticos de sua história. São Sebastião, município do litoral norte paulista, foi atingido por fortes chuvas no Carnaval. Ao todo, 64 pessoas morreram e dezenas de milhares ficaram desabrigadas.
Além das vítimas, muitos estragos urbanos foram causados nessa região. Uma cratera se abriu na cidade de Maresias, que também teve ruas interditadas por queda de árvores e alto risco de deslizamento na Rodovia Dr. Manoel Hyppolito do Rego (SP-55).
A execução de um planejamento urbano exemplar evitaria muitas dessas tragédias. Inúmeras construções com apoio de todas as engenharias são desenvolvidas com objetivo de prevenir desastres, principalmente aqueles atrelados às enchentes e deslizamentos de terra.
Porém, na maioria dos municípios brasileiros, vemos muitos contrastes quanto às diversas residências urbanas. Muitas estão localizadas em áreas de risco e, além disso, não foram construídas de maneira correta e com a utilização das devidas técnicas e conceitos de engenharia.
Importância das engenharias no planejamento urbano
José Marcos Rodrigues, mais conhecido como Zito, professor de Engenharia Civil do Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA e secretário de planejamento urbano por 12 anos (2000-12) em Barra Mansa, município do sul do estado do Rio de Janeiro, afirmou que o trabalho em conjunto de todas as engenharias é vital para a melhoria do planejamento urbano no país, como forma de precaução e preparo para os fortes temporais:
“Com a experiência que tenho na área, posso afirmar que a época em que nós, engenheiros civis, mais trabalhamos é em período de chuvas. A colaboração das engenharias, principalmente entre a ambiental e civil, é indispensável para a construção de alojamentos seguros e estáveis. Todas elas andam de mãos dadas para a construção de lares que ofereçam conforto e segurança aos seus moradores, não o contrário”.
Essa prevenção reúne o uso das técnicas e tecnologias corretas que minimizem o prejuízo ambiental causado pela urbanização. Além disso, a construção de casas e edifícios de forma adequada reduz significativamente o risco de qualquer desabamento ou deslizamento que possa ser ocasionado por chuvas fortes ou por uma obra sem um planejamento civil adequado.
Planejamento urbano na prática
Inúmeras construções de engenharia civil podem ser idealizadas e executadas visando prevenir e mitigar desastres naturais, inclusive aqueles atrelados a enchentes e deslizamentos de terra. O UniFOA é grande incentivador e promove projetos ligados ao curso de Engenharia do Centro Universitário ao redor da região Sul Fluminense.
Zito, que esteve na linha de frente de vários projetos apoiados pela instituição, declarou que a mobilidade urbana precisa de mais investimento e estudo, além de um olhar para o passado:
“Se não há estudo, especialização e, principalmente, um olhar histórico para os erros do planejamento urbano no Brasil, não avançaremos nunca. O UniFOA e o curso de Engenharia incentivam diversos projetos, com o viés voltado mais às intervenções do cotidiano urbano, objetivando melhorar a qualidade de vida da população. Podemos citar o projeto de uma estação modular de tratamento de água entregue ao prefeito de Volta Redonda, além do estudo do fluxo viário da localidade de Cabral, em Resende, por exemplo.”
O Centro Universitário de Volta Redonda tem compromisso social com toda a região Sul Fluminense. O foco e atenção da instituição sempre estarão voltados não só para a educação e conscientização de seus estudantes em sentido acadêmico, como também para a transformação e desenvolvimento da sociedade em todos os âmbitos.