Promover atividades voltadas para a disseminação do conhecimento é fundamental para manter-se atualizado em relação aos conceitos específicos de cada área. A realização de encontros com o intuito de aprofundar esses temas desempenha um papel crucial na formação dos estudantes, preparando-os para os desafios do mercado de trabalho.
Nesse contexto, a Liga de Dermatologia (LAD) do curso de Medicina do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) organizou um evento de dois dias com o objetivo de discutir conceitos, ampliar conhecimentos e compartilhar experiências com especialistas da área. O workshop, intitulado “Como atender pacientes vítimas de queimaduras”, abordou desde aspectos básicos até tópicos avançados da dermatologia como forma de tratamento para pessoas que sofreram queimaduras graves na pele. Além disso, foram apresentadas estratégias de prevenção para evitar essas lesões.
A LAD também convidou as ligas de Suporte Emergencial e Intensivo (LASEI), de Cirurgia Plástica (LACIP) a participarem ativamente da realização da atividade no Centro Cultural Dauro Aragão, em Três Poços.
As palestras começaram elucidando o conceito de queimaduras, abordando sua etiologia e os danos que provocam. Essas lesões afetam não apenas a pele, mas também outros tecidos, podendo ser ocasionadas por contato térmico, radioativo, químico ou elétrico.
A gravidade das queimaduras é classificada de acordo com sua profundidade, representada pelos graus de 1º, 2º ou 3º. Suas complicações incluem choque hipovolêmico, lesão por inalação, infecção, formação de cicatrizes e contraturas articulares.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) de 2022, acidentes envolvendo queimaduras afetam cerca de 1 milhão de pessoas anualmente em todo o mundo. No Brasil, estima-se que 150 mil indivíduos sejam internados por ano devido a esses incidentes, com 30% desse total sendo crianças. Surpreendentemente, 70% dos casos ocorrem em ambiente doméstico.
O workshop promovido abordou os principais agentes causadores de queimaduras, que variam desde o calor excessivo de um fogão até temperaturas extremas de frio, como -200°C em situações extremas. Foram também discutidas medidas simples de prevenção, como o uso de vestimentas protetoras, como luvas de nitrilo, ao manusear objetos quentes.
Para tratamento de queimaduras, a LACIP apresentou desde soluções caseiras até procedimentos cirúrgicos. Lesões leves, de 1º grau, podem ser tratadas com compressas de gelo e aplicação de vaselina líquida para hidratação. Já as lesões graves, de 3º grau, podem demandar cirurgias com enxertos ou retalhos de pele saudável.
João Pedro Campos, vice-presidente da LACIP, destacou a importância dessas iniciativas para a formação dos alunos, ressaltando que esses procedimentos não se limitam à recuperação estética, mas também influenciam o aspecto psicológico do paciente.:
“Trazer um tema como esse e convidar profissionais capacitados com vasta experiência nesse campo é uma ótima oportunidade dos alunos para agregarem conhecimentos para suas formações”, enfatizou João Pedro, que ainda apontou que essas cirurgias são vitais para a recuperação integral do paciente, seja física e até mesmo psicologicamente:
“É interessante que todos entendam que esses procedimentos vão além da recuperação estética do paciente, pois essas lesões atingem o aspecto mental da vítima, que é muito afetado durante todo esse processo”.
A união das ligas na organização do workshop mostra o compromisso dos seus acadêmicos ainda que na graduação oferecer a melhor qualidade de ensino aos seus colegas e futuros profissionais. Henrique Nascimento, professor de Dermatologia, salientou que eventos como esse são essenciais para a aprendizagem contínua, tanto para os alunos quanto para os professores, e destacou o papel das ligas acadêmicas na formação de profissionais capacitados e comprometidos com o futuro:
“Sem sombra de dúvidas é uma chance única tanto para os alunos difundirem seus conhecimentos, como para mim, professor, também poder compreender mais dos assuntos. As ligas acadêmicas têm esse propósito, de organizarem essas atividades para contribuem ainda mais para o amadurecimento de profissionais transformadores do nosso futuro, por isso precisam acontecer com mais frequência para a transmissão ainda maior de conhecimentos”.