Para marcar o início do novo semestre letivo, o Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) vem realizando a 6ª Semana de Formação Continuada, que capacita os docentes sobre processos inovadores que devem ser inseridos nos currículos dos cursos, bem como a parte avaliativa de competência dos alunos. É o caso da “Oficina OSCE e Simulação Realística”, que afere de maneira justa e igualitária o que o estudante consegue fazer na prática, aliada à teoria.
O OSCE (Objective Structured Clinical Examination ou Exame Estruturado de Habilidades Clínicas) é aplicado em escolas de Medicina de todo o mundo, há mais de 50 anos.
Trata-se de um método que avalia o conhecimento clínico e prático que um estudante de medicina possui, de acordo com um determinado período do curso. Mas também é uma ferramenta estratégica para o ensino de outras áreas da saúde, que permite avaliar de forma objetiva e padronizada as competências clínicas dos estudantes, assegurando que estejam prontos para atender às demandas do mercado de trabalho com excelência.
A oficina foi realizada na manhã e tarde desta quarta-feira (31), com a cirurgiã e professora do curso de Medicina Alessandra Patrícia Soares da Costa Rafael:
“Estamos na semana de capacitação docente, com o intuito de melhorar cada vez mais não só o ensino, mas a parte avaliativa desse ensino. O encontro de hoje visa ao treinamento das ferramentas de avaliação previstas pelo OSCE, que são validadas e consolidadas, e que tornam a análise dos graduandos um instrumento uniforme – e não subjetivo, da parte apenas do professor. Trata-se de um teste que torna a avaliação padronizada, mais justa e mais correta no sentido acadêmico”, explicou.
Dentro do dispositivo OSCE, além de conhecimento técnico da área, os professores avaliam também a forma como os alunos se comportam em relação ao contato com os pacientes, pois é preciso entender que os discentes estão preparados para a lidar com o dia a dia da profissão. Além disso, é um momento importante para que o próprio estudante faça uma autoavaliação e perceba o que precisa ser melhorado. Todo o teste tem a duração de 10 minutos, além de dois minutos de ‘feedback’, quando o professor mostra ao discente o que necessita ser aprimorado.
O coordenador do curso de Medicina do UniFOA, Julio Aragão, afirmou que a oficina é uma iniciativa fundamental para a capacitação contínua dos professores:
“Este evento oferece treinamento prático em simulações de desempenho clínico, permitindo que nossos docentes aprimorem suas habilidades em simulações realísticas. Isso garante um ensino de qualidade e prepara nossos alunos para situações reais na prática médica”, garantiu, acrescentando que a Formação Continuada é essencial para o UniFOA, pois garante que os professores estejam sempre atualizados com as melhores práticas de ensino e avanços na área médica.
“Este processo contínuo de desenvolvimento profissional é imprescindível para manter a qualidade do aprendizado e, consequentemente, a formação de médicos bem preparados e competentes”, frisou Julio Aragão.
Oficina mostra os métodos de avaliações do OSCE
Diferente de um teste convencional aplicado em sala de aula, os mecanismos usados pela ferramenta OSCE seguem uma lista pré-estabelecida, permitindo que todos os avaliadores executem a mesma tarefa, a partir de situações clínicas reais. As análises de competências, como a capacidade do aluno de mobilizar conhecimento, habilidades, atitudes, valores e experiência para solucionar um problema, foram as bases para o treinamento realizado na segunda parte da oficina, quando os participantes simularam um OSCE, discutiram os casos apresentados e dirimiram as dúvidas que surgiram.
Um destaque no treinamento do OSCE é em relação à preparação dos estudantes para o exame, pois eles são qualificados durante as aulas para a avaliação que irão enfrentar:
“Para participar do OSCE são criados cenários de prática nas diversas áreas da medicina onde o aluno deve realizar um atendimento simulado, mas sempre dentro do período que ele está inserido. Dessa forma, o professor tem condições de instruir esse discente para que não seja surpreendido com o que está sendo arguido”, esclareceu a professora Alessandra Patrícia, acrescentando que a Formação Continuada oferece a chance da evolução acadêmica, através da atualização.
Professora de cursos do UniFOA na área de saúde há 36 anos, Marise Ramos participou, nesta semana, de algumas palestras e oficinas da Formação Continuada, pois considera essa capacitação importante à melhoria dos processos didáticos pedagógicos, uma vez que a instituição trabalha com ensino, pesquisa e extensão:
“O UniFOA une o tradicional com o moderno e essa atualização é primordial para os docentes. A instituição vem realizando com os acadêmicos um sério trabalho sobre relacionamento com pessoas – como acolher, vivenciar o problema do outro, mediar e orientar -, trazendo à tona questões humanistas, que fazem o diferencial no atendimento, pois cuidamos de seres humanos. Isso é louvável”, enalteceu.
Mesmo se tratando de uma oficina voltada mais aos cursos de saúde, a advogada e professora do curso de Direito Danielle Cavalieri participou do encontro, mostrando que o OSCE pode ser aplicado em casos jurídicos, usando a mesma metodologia:
“O OSCE faz o aluno a pensar de uma forma mais ampla, pois temos processos jurídicos que envolvem o atendimento do hospital e do profissional de saúde. Todos precisam estar preparados para o que poderá ocorrer durante a sua vida profissional”, salientou.
De acordo com o pró-reitor Acadêmico, Bruno Gambarato, a formação continuada dos docentes, realizada semestralmente, é um momento crucial para a troca de experiências exitosas e o aprendizado de novas habilidades e abordagens pedagógicas.
“Esse processo integra o Plano de Desenvolvimento Institucional e reflete o compromisso da instituição em oferecer o melhor e mais atualizado aos seus estudantes. Por meio dessas formações, os docentes têm a oportunidade de compartilhar práticas bem-sucedidas e se atualizar com metodologias inovadoras, garantindo uma educação de qualidade e relevante. Esse investimento na capacitação dos educadores é fundamental para proporcionar aos alunos experiências significativas e formar profissionais preparados para promover mudanças no mundo do trabalho”, finalizou.