Uma novidade tecnológica promete transformar a experiência e o aprendizado dos acadêmicos de Medicina do UniFOA. Graças às pesquisas do estudante Danilo Devezas, do 9º módulo, numa parceria com o professor Walter Luiz da Fonseca, será implantada uma metodologia com uso da realidade virtual para estudos mais interativos e aprofundados do corpo humano.
Inicialmente, o projeto nomeado como MedTech foi apresentado à Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento que, percebendo o potencial para ampliar a experiência dos estudantes, promoveu o encontro entre os idealizadores e o presidente da instituição, Eduardo Prado, que encantado, aprovou a proposta. Inclusive, o primeiro treinamento com os professores, alunos e técnicos no laboratório Morfofuncional aconteceu nesta sexta-feira (25).
“Quando entrei na Medicina, o Laboratório Morfofuncional tinha acabado de ser implementando e eu fiquei encantando com a interação que podíamos ter com um corpo humano virtual. Através da Plataforma 3D Csanmek, pela primeira vez eu via as duas áreas que eu tanto amava juntas: Medicina e Computação”, lembra Danilo, que desde pequeno é apaixonado por tecnologia e chegou a iniciar a graduação em Sistemas de Informação, mas se encontrou de fato na área da saúde.
Como surgiu o MedTech
Segundo o acadêmico interno, de 28 anos, a ideia de utilizar os óculos de realidade virtual surgiu durante a pandemia. “Com o ensino remoto, percebi que instituições em outros países começaram a oferecer um ambiente virtual 3D, para o ensino de anatomia e fisiologia humana, nos cursos de saúde, através do uso de óculos de realidade virtual. Comentei com o professor Walter sobre este uso e questionei se não seria possível trazer esse tipo de ensino para o UniFOA“, conta.
Aos poucos, ele começou a auxiliar o docente durante as aulas, utilizando a plataforma, e juntos começaram a estruturar um projeto que pudesse estimular e facilitar o ensino médico, utilizando as tecnologias já disponíveis no curso. Assim, nasceu o MedTech.
Como Walter sempre foi um grande estimulador do uso de tecnologias para o ensino médico, prontamente aceitou o desafio de ajudar Danilo a planejar como poderiam implementar a metodologia no Centro Universitário de Volta Redonda.
A importância dessa tecnologia
A realidade virtual, os óculos 3D se tornaram populares pelos jogos, como contextualiza o professor. “Atualmente, são várias as utilidades. O ensino começa a utilizar essa ferramenta. Você pode perguntar: por que tanto tempo depois? E a explicação é simples: por causa do custo. Não basta ter a ferramenta. É preciso ter software”, destaca.
De acordo com ele, são softwares que envolvem muitos fatores: ciências da computação, ciências médicas: anatomia, fisiologia, patologia e outras áreas, pedagogia, didática, além do espaço físico, além de professores e técnicos.
“É um programa complexo, que tem custo, mas a previsão dos benefícios é enorme. Sempre ouvimos que uma boa imagem vale mais que mil palavras. Essa é a proposta: levar o conhecimento científico através de imagens em ação, transformar os livros em imagens e as imagens em ação, transformar o aluno de mero receptor em agente, fazendo que o estudo fique vivo e compreensível”, avalia esperançoso com o sucesso do projeto. “A realidade virtual é uma experiência para ser vivida”, evidencia.
Juntos, estudante e professor, pesquisaram por meses, a fim de encontrar mecanismos de redução de gastos e desenhar um projeto que fosse viável e inovador. Do projeto inicial até o aprovado, ocorreu uma redução de quase 80% do valor inicialmente estipulado, trazendo uma solução que agregará muito mais para o UniFOA.
Ampla contribuição para outros cursos
“Na primeira etapa do projeto utilizaremos programas de anatomia e simulação já disponíveis no mercado de realidade virtual. Todos que utilizaremos são disponibilizados em português e inglês. Posteriormente, em conjunto com outros cursos, iremos implementar um laboratório de desenvolvimento interno. Ou seja, passaremos a desenvolver na própria instituição os programas que poderão ser utilizados no ensino da Medicina e também em outros cursos das áreas da saúde e de exatas”, antecipa Danilo.
Dessa forma, a introdução do ensino com realidade virtual no UniFOA contribuirá amplamente para o conhecimento e vivência dos estudantes que poderão se envolver no projeto. “Com certeza, essa interação com outras áreas de formação trará uma visão muito mais ampla e multidisciplinar para os profissionais que se formarem pelo UniFOA daqui para frente”, vislumbra o futuro médico.
Libânia Nogueira
Jornalista