Desde a homologação da Resolução CNE/CES nº7 em 2018, que estabelece a obrigatoriedade da curricularização da extensão em instituições de ensino superior (IES), o Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA tem sido proativo na implementação de projetos que vão além da sala de aula, contribuindo para a formação acadêmica e transformação social. O curso de Medicina, por exemplo, tem se destacado ao não apenas gerar conhecimento, mas também impactar positivamente a comunidade do entorno do campus Olezio Galotti, não apenas com ações pontuais, mas com projetos de maior duração, incentivados pelo Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso.
Os estudantes do 2º módulo com a supervisão da Unidade Curricular de Aprendizagem Integrada à Comunidade – Diagnóstico e Proposta de Projetos foram divididos em grupos, cada um focado em um dos quatro eixos: educação e vulnerabilidade, gestão e acesso, educação ambiental e gestão dentária, e apresentaram seus trabalhos e resultados na tarde de ontem, 28, no Centro Histórico-Cultural Dauro Aragão para toda turma e, também, convidados. Durante o semestre, os grupos interagiram com representantes da Escola Municipal Marizinha Félix Teixeira, do CRAS Vila Rica e da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Três Poços para identificar necessidades e propor soluções.
Um dos trabalhos apresentados é o projeto do grupo do João Pedro Adamski, que abordou a baixa adesão dos moradores ao cadastro na UBSF, impactando os recursos financeiros repassados pelo Ministério da Saúde e, consequentemente, o funcionamento da unidade. Eles desenvolveram uma cartilha informativa e um QR-Code para facilitar o cadastro online, promovendo maior eficiência administrativa e melhorando a interação com a comunidade.
João Pedro compartilhou como essa experiência vai além do aprendizado técnico: “A gente não espera quando entra no curso de medicina esse tipo de trabalho, mas eu acho que é muito importante também para incentivar principalmente a humanização. Esse projeto ajuda muito e transforma a comunidade. Eu acho que é uma responsabilidade muito grande para nós, mas também é uma benção a gente poder fazer isso.”
O coordenador de Medicina do UniFOA, Júlio Aragão, destaca que o trabalho do NDE tem como objetivo integrar os estudantes desde os primeiros períodos, proporcionando um ambiente prático e alinhado com a construção de suas carreiras profissionais. “Os estudantes vão para os cenários de prática, fazem suas análises e possibilidades e já começam o esboço de um projeto. Então, dentro de um semestre inteiro, eles preparam um projeto e no semestre seguinte eles vão pegar esse projeto, vão aplicar e vão ver o impacto do projeto na comunidade”, explica Júlio. Esse ciclo de avaliação, produção, aplicação e reavaliação contribui para o desenvolvimento contínuo dos alunos.
Camila Santos, do apoio técnico do departamento de atenção primária em saúde de Volta Redonda, elogiou a iniciativa do UniFOA, destacando a importância de preparar futuros médicos para a realidade do sistema público de saúde. “É muito importante que eles já tenham uma visão e vão saber se é realmente isso que eles querem, e não usar muitas vezes a atenção primária do município que eles estão como um trampolim para aguardar a residência.”
A proposta de expandir o projeto para envolver outros cursos nos próximos semestres é uma perspectiva animadora, reforçando o compromisso do UniFOA em integrar ensino, pesquisa, extensão e responsabilidade social em sua abordagem educacional. O impacto positivo dessas iniciativas não apenas molda futuros profissionais, mas também fortalece os laços entre a instituição e a comunidade, promovendo uma transformação mais ampla.