Há que se afirmar que ninguém estava preparado para lidar com a pandemia e seus efeitos, como os emocionais, os de memória, as lesões e até o ganho de peso, entre outros achados ligados ao isolamento prolongado provocado pela Covid-19.
O UniFOA contabilizou, segundo seu departamento de Recursos Humanos, 87 casos de funcionários diagnosticados com a Covid-19, desde o seu início. Alguns necessitaram de internação. Quatro faleceram em decorrência de seus efeitos, devastadores em algumas pessoas. Ainda hoje, há quem se queixe que depois da doença ficou mais irritado, esquecido e até deprimido. Diante de tal situação, a Pró-Reitoria Acadêmica convidou os cursos de Medicina, Enfermagem, Educação Física e Nutrição e ainda associou ao projeto UniFOA SÁUDE+ a clínica de Fisioterapia e a psicóloga do SPI para iniciar o monitoramento multidisciplinar para estudos pós-COVID.
Para o professor e Pró-reitor acadêmico Luciano de Azedias, iniciar uma pesquisa com este grupo foi um processo natural: “Por ser uma instituição de ensino superior, que tem praticamente todos os cursos ligados à Saúde, não fazer nada seria um contrassenso”.
O primeiro atendimento aconteceu dia 14 deste mês, na Policlínica no campus Olezio Galotti. O primeiro contato com o funcionário é o agendamento feito pela Policlínica, depois ele passa pelo atendimento com a Enfermagem. “Com o histórico do paciente; o terceiro passo é a consulta com o clínico, que diante de investigação, faz o encaminhamento do funcionário para um ou mais profissionais deste grupo, dentro de sua demanda”, explicou o professor de Medicina Dr. Walter Luiz Fonseca.
Os profissionais, todos do UniFOA, estão trabalhando de forma voluntária. “Nossa ideia é a humanização e o acolhimento à nossa população interna, que se estenderá aos professores e estudantes também, inclusive já temos alguns professores neste primeiro grupo”, contou Azedias.
O prontuário, com todo o histórico do paciente servirá como fonte de pesquisa para mais ações, continuou o Pró-reitor: “Temos um entorno muito carente de serviços de Saúde. Nossa proposta é que este projeto seja o pontapé inicial e uma referência importante para um atendimento expandido, como a comunidade de Três Poços e alguns pontos de Pinheiral que necessitam de atenção. É criar mesmo um centro de referência aqui (no UniFOA), além de um grupo de pesquisa, para analisar e monitorar o que está acontecendo com quem teve covid-19. A ideia é trabalhar todas as frentes: ensino, pesquisa e extensão”, completou.
Adriana Marins
Núcleo de Comunicação UniFOA