Na manhã desta quinta-feira, 9, o Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA realizou a IX Semana da Promoção da Igualdade Racial, um evento marcante que teve lugar no Centro Histórico-Cultural Dauro Aragão, no Campus Olezio Gallotti, em Três Poços.
A programação incluiu palestras de renomados participantes, como Bia Nunes, presidente da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (ACQUILERJ), Cacique Pedro, da Aldeia Itaxim Guarani M’Bia Paraty Mirin, o defensor público federal Dr. José Roberto Tambasco, além da reitora do UniFOA, professora Ivante Oliveira, da pró-reitora de Extensão, Ana Carolina Callegario, do pró-reitor de Educação a Distância e Tecnologia de Ensino, Rafael Teixeira, e do coordenador do Escritório da Cidadania, Dario Aragão Neto, responsável pelo evento.
A iniciativa também contou com uma emocionante apresentação cultural do grupo de dança e coral Curumins, da Aldeia Indígena Itaxim Guarani M’Bia Paraty Mirin, e a participação de outras comunidades.
A reitora expressou a relevância do evento, destacando a notável participação de Bia Nunes e Cacique Pedro. Ela enfatizou a importância de aguçar a sensibilidade para a valorização da população indígena e quilombola, ressaltando que é imperativo reconhecer e respeitar as tradições e os direitos dessas comunidades.
“Nós, da FOA/UniFOA, como instituição educacional, temos a humildade de admitir que ainda temos muito a aprender com a riqueza cultural e histórica das comunidades indígenas e quilombolas. Reconhecemos a importância disso para a identidade nacional e a diversidade cultural do país, uma vez que cada povo possui sua própria cultura, língua, história e desafios contemporâneos”, destacou a professora Ivanete.
O professor Dario Aragão ressaltou a relevância dessa realização e, acima de tudo, o respeito que se deve ter com as comunidades minoritárias.
“As minorias e os grupos étnicos minoritários, melhor dizendo, precisam desse apoio. Precisam desse respeito. É preciso que cada um entenda o papel que tem nessa sociedade e, principalmente, entender que é uma questão de respeito, acima de tudo mesmo. E não poderia deixar de agradecer por todo o trabalho que a Defensoria Pública faz em prol dessas comunidades”, falou Dario.
Bia Nunes, presidente da ACQUILERJ, falou sobre a importância de discutir e evidenciar a pluralidade da população quilombola, e observou sobre a dificuldade que a sociedade tem em entender o contexto dessas comunidades. Ela ressaltou a necessidade urgente de diálogo, discussão e evidência à pluralidade para evitar a perpetuação de uma história equivocada.
“Quando conseguimos que instituições de nome e respeito nos tragam pra dentro de seus muros para dialogar, discutir e evidenciar toda essa pluralidade que é a população quilombola, eu acho que não é só importante, é necessário e urgente. A gente já levou 500 anos de uma história mal contada e a gente fica com aquele receio de perpetuar mais 500 anos de uma história que não foi bem contada até dentro das próprias universidades”, apontou. “Então, quando a gente consegue estar aqui pessoalmente para falar, fazer a nossa narrativa, é de um ganho surreal”, concluiu.
Jeferson Eufrásio, representante da comunidade do Quilombo de Santana, enfatizou a importância de ter espaços como o UniFOA para falar sobre as realidades das comunidades quilombolas e destacar as dificuldades enfrentadas. Ele ressaltou que a igualdade racial ainda é um desafio e que esses espaços são essenciais para dar voz à comunidade negra.
“Eu acho que é aquele ditado: quando você não é visto, não é lembrado. Quando você tem a oportunidade de falar, eu acho que a gente tem que aproveitar esses espaços, que são poucos, onde o povo negro pode falar da sua voz, da sua luta. Então, quando você tem um espaço, uma universidade tão grande como o UniFOA, eu acho que é de suma importância”, reforçou.
O evento foi um espaço de escuta ativa e aprendizado profundo, com abordagem sobre como cada indivíduo e organização pode contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento dessas comunidades. O UniFOA reafirmou seu compromisso em ser um agente de transformação e inclusão, reconhecendo a diversidade cultural do país e a importância de promover o diálogo e a conscientização sobre questões raciais.